WPP – World Press Photo

Encerra amanhã, 3 de junho, na Caixa Cultural, a exposição com as fotos premiadas pela WPP.  É uma exposição de qualidade, com fotos impactantes feitas por profissionais de todo o mundo. Como diz no folheto da exposição: “Buscamos inspirar a percepção de mundo através do fotojornalismo de alta qualidade. A organização visa atrair um grande público a fim de promover o interesse e apreço pelo trabalho do fotógrafo, assim como estimular a livre troca de informações“.

Assim como esta, outras grandes exposições de fotografia aconteceram no Rio de Janeiro e eu não percebi uma discussão sobre elas no meio fotográfico, principalmente nas listas de fotografia ou nas mídias sociais. As pessoas não estão indo nas exposições ou não as estão comentando, o que é estranho, pois são postadas nas listas toneladas de fotos e qualquer foto chata, sem graça, repetitiva é comentada com entusiasmo e elogiada desde que pertencentes a alguém da tribo.

Acho que as pessoas estão preferindo ver fotos no monitor, qualquer foto, do que ir às exposições, sendo que não há comparação possível entre uma foto impressa, especialmente as de tamanho grande e o que se vê na tela de um monitor, por melhor que seja. O que é uma pena.

A fotografia, nessa era digital, mais do que popularizada foi vulgarizada.
Não se percebe mais a diferença entre uma boa e uma má fotografia. Os critérios não existem e qualquer bosta pode ser incensada.

Está havendo uma super exibição de fotos na internet e eu não sei se isso é bom ou não. Não estou falando da produção de imagens e sim de sua exibição sem critério.
Eu estou empapuçado de ver fotos e mais fotos, qualquer que seja o lugar para onde navegue e não aguento mais ver fotos com temas repetidos à exaustão, absolutamente tediosas, sem qualidade, sem interesse, invadirem minha cabeça diariamente. Há um excesso de exibição, uma saturação de imagens.
Pela quantidade perde-se a noção da qualidade.

Isso tem jeito? Acho que por enquanto não.
Parece que hoje as pessoas preferem ficar em casa vendo fotos no monitor do que sair à rua e  encontrar gente e discutir fotografia ao vivo.

No Jurássico Superior nós nos encontrávamos nos bares, após o trabalho, para discutirmos as fotos que havíamos visto nos jornais, revistas ou exposições e isso era uma aula, um aprendizado que não tem substituto.

Mas como dizia minha avó: “O que não tem remédio, remediado está”, então vamos celebrar as boas fotos, pois elas ainda existem.

Voltando ao início desse post vamos então à exposição do WPP.

LIMITES

Ultimamente tenho pensado em um assunto e gostaria de conhecer a opinião dos colegas fotógrafos a respeito.
Imaginemos essa cena:  uma capela linda, com paredes de vidro dando para uma área verde. Final de dia, um contraluz dourado. Na capela, um caixão e uma pessoa ao lado velando, em sofrimento, seu morto.
A pergunta que me vem à mente é: essa foto deve ser feita ou não?
Será que nessa época de controle sobre a imagem e direito à privacidade não seria um abuso a feitura dessa foto.
Mesmo que a pessoa não seja reconhecida, não seria uma invasão brutal de intimidade, ainda mais numa situação de dor?
Alguém tem o direito de violar esse momento?

Paris, la nuit

No Centro Cultural Correios está sendo exibida uma mostra de fotos de Brassaï, fechando com chave de ouro a temporada 2011 de exposições de fotos no Rio de Janeiro. Este foi um ano muito bom.
A exposição está impecável e a série “Paris la nuit” é um dos trabalhos mais conhecidos de Brassaï.
A visão de uma Paris deserta, noturna, junto com alguns de seus personagens, em momentos íntimos, é de um voyerismo e beleza únicos.
É a revelação dos segredos da noite parisiense, acumpliciado com as  luzes da cidade.
São mais de 100 fotos que, além de serem um documento precioso do trabalho de um dos maiores fotógrafos da história, também são uma viagem no tempo.
As fotos encantam.
Eu sai encantado, tanto que não visitei nenhuma das outras boas exposições que estão acontecendo lá no CCC.
Era  muita beleza e poesia nos olhos para correr o risco de contaminá-las com qualquer outra coisa.

Volto outro dia para ver as outras, além de outras muitas visitas para rever Brassaï.

A entrada é franca, o que torna inadmissível não visitar essa exposição.

 

 

Quer ver mais fotos do Brassaï?
http://bit.ly/u5J1k6

BRASSAÏ
De 23 de Novembro a 8 de Janeiro
Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro, Rio de Janeiro)
Entrada Franca
Informações: (21) 2253-1518

Uma linda exposição no CCBB-RJ – “Índia!”

Estive neste final de semana no CCBB para ver a  mostra  “Índia!”, exposição temática, interativa e multimeios que retrata a cultura indiana.
Na mostra podemos ter uma visão, ainda que tênue, do grande caldeirão de culturas que é esse país, com mais de 5.000 anos de história, seis religiões, 200 etnias, 23 línguas oficiais e mais de 1 bilhão de habitantes.
Em exposição 380 peças ao todo, tentam ilustrar as tradições e a realidade desse  país contraditório. São exibidos desde roupas tradicionais e cartazes dos filmes de Bollywood, até ícones religiosos dos templos e retratos de figuras como Mahatma Gandhi e madre Teresa de Calcutá.
As fotografias de Raghu Rai e Raghubir Singh nos dão uma ideia  dessa terra exótica, de intensos rituais religiosos, tradições fortes e do caos desse mega país.
“A Índia sempre foi um caldeirão de culturas”, diz Pieter Tjabbes, curador da exposição. “Fizemos uma mostra com muitas cenas do dia a dia, da vida como ela é.”
A exposição mostra também cenas do cotidiano e dá grande destaque a uma paixão dos indianos: a narração de estórias. Sob curadoria de um expert no assunto, o indiano Dadi Pudumjee, há marionetes, fantoches, bonecos de sombras e filmetes com a exibição de contadores de estória.
A crítica que faço a essa montagem é em relação à iluminação. Com a intenção, ao que parece,  de fazer uma iluminação cenográfica, várias peças estão com iluminação precária, dificultando sua visualização e existem vários buracos na iluminação com sombras que incomodam,  assim como  uma potência de iluminação muito baixa em várias salas.
Uma pena, pois a mostra está muito bonita e merecia uma iluminação mais cuidada e atenta.
Tentei mostrar a diversidade e grandiosidade da mostra nas fotos abaixo, mas fiquei longe de ter êxito na missão.

Enfim, uma exposição a não se perder.

ART RIO – O Rio se orgulhou

 

Terminou este fim de semana o ART RIO, evento que movimentou a zona portuária, em processo de revitalização (parece que a sério deste vez) com o projeto Porto Maravilha.
A organizadora Elisangela Valadares explicou a escolha da região portuária para a realização da feira:
“- Escolhemos o Píer Mauá porque não podíamos ficar fora dessa revitalização incrível do Porto Maravilha. Os armazéns atendem perfeitamente a nossa ideia de crescer cada vez mais, pois é um lugar fantástico e com potencial enorme. O Rio de Janeiro é o celeiro das artes. Os principais artistas brasileiros são cariocas. Queremos fazer uma transformação na história da arte nessa cidade”.

Foi um evento espetacular e o Rio se orgulhou de tê-lo proporcionado.

Como sou fotógrafo e não crítico de artes, deixo aqui parte da minha impressão visual do evento.













E para terminar o dia, nada melhor do que um belo entardecer, justificando o nome do projeto: Porto Maravilha!

GALERIA LARGO DAS ARTES FAZ 4 ANOS

Festejando seu quarto aniversário a galeria Largo das Artes está com uma coletiva de artistas até o mês de novembro.
Faço parte  dessa coletiva com duas fotos da minha série “Bailarinas” e estou muito contente em iniciar essa parceria com  Largo das Artes.
Aproveito para agradecer à Delfina que foi a batalhadora dessa conquista.
Numa tarde em que havia inúmeras inaugurações de exposições no mesmo horário, ainda assim a vernissage foi concorrida e a tarde foi muito agradável.

Eu e Delfina, com as minhas duas bailarinas ao fundo.

Com Martha Pagy, sócia da galeria (à esquerda da foto ) e Débora Monerah

Com os amigos André Vallejo e Aurinha, sua esposa. Foto da Delfina (câmera do Vallejo).

As fotos são do Vallejo e salvaram a tarde, pois minha possante S95, talvez emocionada com o evento, teve uma crise catatônica e resolveu não funcionar.

Tentando decidir o que faria com a S95. Se jogava na parede ou se pisoteava. Atendendo aos apelos da Delfina, vou mandá-la para o conserto. Foi salva por muito pouco.
Em breve vou colocar o ensaio das bailarinas completo no site, mas se alguém quiser ver as da exposição de perto, deem um pulo lá no Largo das Artes. A galeria é muito bonita, a exposição está um show e ainda dá para tomar um cafezinho no bistrô/sebo que fica embaixo. Tem um post sobre ele, aí no blog..

Fototech-Rio e o dia da fotografia

A Associação de Fotógrafos Fototech, através de sua regional do Rio de Janeiro, promoveu uma projeção de fotos de seus associados em homenagem ao dia mundial da fotografia. Vinte e nove  fotógrafos, profissionais e amadores, participaram enviando  fotos que registrassem sua visão sobre o Rio de Janeiro.
Para ver o vídeo com a apresentação completa siga esse link:

http://www.fototech.com.br/blog/2011/homenagem-carioca-ao-dia-mundial-da-fotografia

Também participei do evento e mostro aqui  as 5 fotos minhas que foram selecionadas e fizeram parte do vídeo.

Parabéns à Fototech-Rio e aos fotógrafos que participaram desse evento.

Direto do túnel do tempo…

Continuando a série, apresento hoje uma descoberta arqueológica interessante. Esses objetos foram encontrados no fundo de uma gaveta da geladeira do estúdio, quando da recente mudança.

São chassis de filme para câmera 4×5.
Dentro dessas estruturas pretas era colocado o filme em folha (ou chapa). Entrava um de cada lado do chassis.
Fotografávamos (alguns do nós), por segurança, em duplicata. Em uma chapa  se cravava a fotometria (que se chamava então de fotometragem) e na outra, do outro lado do chassis, se repetia o clique abrindo 1/2 ou 1 stop. Na hora de revelar se revelava uma chapa e deixava-se a outra na espera, caso se tivesse que mandar puxar ou reduzir a revelação para conseguir a imagem correta. Tínhamos que ter esse cuidado de crepar o dark slide e avisar ao laboratório para não revelar. No escuro, sem esse cuidado do crepe, eles poderiam fazer confusão e revelar a chapa errada. Ah, sim, no escuro pois o filme tinha que ser retirado do chassis e colocado na processadora na escuridão total. Darkroom.
Esse achado arqueológico data de fevereiro de 2006 e estou com vontade de mandar revelar para ver o bicho  que vai dar.
A propósito: Velvia era a marca do filme, feito pela Fuji e 100 a sensibilidade da emulsão (ISO)

Outra descoberta feita nessa mesma geladeira foram filmes instantâneos, preto e branco e colorido.
Esse polaroide preto e brando era fantástico, tinha uma qualidade de imagem excelente. O velho polapan.
O outro objeto paleolítico na imagem é o instantâneo colorido da Fuji, que dava um banho de qualidade no instantâneo da Polaroide. Aliás, com o Polaroide aconteceu a mesma coisa que com outras marcas que, de tão famosas, deixaram de ser marcas e viraram substantivos. Como por exemplo: gilete, eucatex, isopor e até a brahma num certo momento. Esse instantâneo da Fuji chegava a ser chamado de polaroide da Fuji.
A outra descoberta é o tão falado e conceituado filme 120. Esse era o Provia, da Fuji, filme de  de grão finíssimo e polivalente. Era (é?) um filme de ISO 100 (na época chamava-se ASA), mas o mais famoso era o de ISO 50. Que não era ISO 50, mas essa é outra estória.

Direto do túnel do tempo…